Reagir com força (incluindo desejando e valorizando mais) algo que nós gostamos e possuímos é ameaçado de ser tirado ou perdido. Também inclui desejar e valorizar mais o que não podemos esperar ou que é ameaçado de ter menos valor.
Nós temos aversão a perdas e o desgosto é maior quando perdemos coisas que já temos em relação àquelas que nós não temos.
Quando algo que gostamos é ameaçado de nos ser tirados, nós sempre valorizamos mais esse objeto. Tire a liberdade das pessoas, status, reputação, dinheiro ou qualquer coisa que valorizem, e elas ficarão com raiva.
Nós não gostamos de perder a liberdade que nos permite como agir, em que acreditar ou o que ter. Por exemplo, as pessoas estão mais inclinadas a lutar contra uma lei restritiva que tira um benefício que eles desfrutaram por muito tempo do que por algo que nunca tiveram.
O quanto mais gostamos do que nos é tirado ou quanto maior o compromisso nós fizemos, mais ficamos enraivados. Isso pode criar ódio, revoltas, violência e retaliações.
O doutor disse a Mary: “Você pode morrer se você não mudar o seu comportamento”.
A nossa aversão à perda nos torna mais sensitivo à informação que tem uma implicação negativa para nós. Por exemplo, mensagens relacionadas a saúde podem focar tanto no benefício (um ganho) ou o custo da possibilidade de não fazer isso (perda).
Um estudo mostrou que as mulheres estavam mais suscetíveis em se envolver com o auto exame de mama quando foi apresentado a elas a informação enfatizando as possíveis consequencias negativas (perda da saúde em geral, longevidade) de não realizar o auto exame comparando-se com a informação focada nos benefícios de fazê-la.
John fala a Mary: Eu não posso vender a ação agora. Eu tenho que esperar até que ela volte ao valor que eu paguei por ela. De qualquer forma, eu não realizo uma perda.
Nós odiamos admitir que perdemos dinheiro. Nossa aversão à perda contribui para o bias do status quo, ou seja, preferimos ficar com o que temos.
Nós colocamos um alto valor a coisas que já possuímos, maior do que nosso desejo de pagar pela mesma coisa se não as possuísse.
Charles Munger fala que: “A síndrome da super reação da perda / privação ajuda a causar muito prejuízo à medida que há uma distorção da cognição das pessoas como resultado do sentimento de perda.”
Nós odiamos vender ações com prejuízo. É o mesmo que admitir que estamos errados. Dessa maneira, nós mantemos por muito tempo ações perdedoras e vendemos logo as vencedoras. A realização da perda é pior que ver o mesmo prejuízo na cotação da ação.
A dor de sentir-se responsável por fazer uma má decisão também exerce um papel de arrependimento, pois a ação pode subir de valor após vendermos.