Em resumo, o Ebitda por focar apenas na análise operacional da empresa, todo o resultado financeiro esquecido, o que é muito grave num Valuation. A partir da premissa, podemos tirar várias desvantagens, como:
- Ignora o custos dos ativos:
- Ao focar apenas o resultado operacional da empresa, o custo dos ativos que representam a empresa e o seu financiamento são ignorados, como se viessem de graça. Assim, por exemplo, grandes empréstimos são mascarados.
- Ignora o capital de giro:
- O Ebitda mostra o resultado operacional da venda de um produto, mas de onde veio o capital para financiar o inventário que possui? No caso de uma empresa de serviço, qual o capital para manter aquele serviço funcionando e até melhorando, por exemplo, um software que necessita de manutenção e upgrade.
Outros aspectos que podem distorcer o real resultado do Ebitda num relatório financeiro:
- De onde partiu o lucro para o calculo daquele Ebitda? Como vimos, temos vários tipos de lucros, como lucro bruto, operacional, líquido e outras distorções elaboradas pela própria empresa.
- Valuation por múltiplos utilizando Ebitda pode fazer uma empresa parecer barata visto desconsiderar o resultado financeiro da mesma.
Como então analisar o Ebitda junto com o resultado financeiro?
Como vimos, uma empresa com alta formação de caixa operacional, medida pela Ebitda, pode enfrentar dificuldades financeiras ao pagar juros aos seus credores. As disponibilidades de caixa podem ser totalmente absorvidas pelas necessidades de reinvestimento.
Uma sugestão para tornar o Ebitda um indicador mais revelador da capacidade de pagamentos de juros é deduzir desse fluxo financeiro todas as necessidades de investimentos previstas para o período. Assim, a formulação do indicador de cobertura assume a seguinte forma:
Cobertura de Juros pelo Ebitda = EBITDA – Necessidade de Reinvestimentos (CAPEX) / Despesas Financeiras